os templarias
Estimado leitor, inicia-se hoje, este espaço, inteiramente dedicado às viagens pelos locais intimamente ligados aos Templários. Hoje trataremos de fazer uma breve introdução à temática em questão.
O objetivo, destas crônicas de viagem, será de proporcionar aos leitores, que por falta de disponibilidade, temporal ou outra, estejam impossibilitados de viajar com a freqüência desejada que possam tomar contacto com as belezas arquitetônicas e monumentais legadas pela Ordem do Templo ao futuro – as quais, nós, habitantes do presente, temos a felicidade de poder observar.
Não levantando demasiado o véu sobre o que há de vir, digamos que os locais visitados e fotografados serão cerca de uma dezena, com respectivas descrições históricas e logísticas. Infelizmente, após anos de aturado estudo, temos a lamentar que os antigos castelos dos Templários são aqueles que, no momento, se apresentam em piores condições, exceto os poucos que teremos oportunidade de retratar de forma mais detalhada. Como terão oportunidade de perceber, pelo presente artigo, existiram imensos locais em Portugal onde a Ordem do Templo esteve presente, de maneira significativa, mas, porém, os vestígios ora são escassos ou nulos.
Do número inicial, foram retirados alguns dos Castelos pertencentes à Ordem do Templo (e à sua sucessora, em Portugal, Ordem de Cristo) pela simples razão de, ou não existirem quaisquer vestígio, ou de o que resta ser de tal forma diminuto que não justificaria uma
exposição.
No entanto, não gostaríamos de deixar de fazer referência, textual, de alguns locais que, ainda assim, fazem parte da história templária.
Em Quinta da Cardiga, a poucos quilômetros da cidade de Tomar, em Portugal, encontrava-se um pequeno reduto templário. Em 1169, o primeiro rei português, D. Afonso Henriques doou-a aos Templários, para que estes ali erigissem um castelo e, segundo consta, assim o fizeram. Esta comenda não terá nunca participado de qualquer disputa territorial, pelo que foi diminuindo o seu interesse estratégico e, apesar de ter passado para as mãos da Ordem de Cristo, não subsistem, hoje em dia, quaisquer registos físicos da sua existência.
Na Vila de Touro, no concelho do Sabugal (distrito da Guarda), resiste ainda um perímetro amuralhado, com uma porta única (Porta de S. Gens). Segundo se sabe, não terá sido totalmente construído, apesar de D. Afonso II ter doado a Vila, em 1218. A verdade é que se tratava de um ponto estratégico, ao nível de defesa em relação ao invasor espanhol, e talvez por isso o monarca a tenha doado à Ordem militar-religiosa que lhe daria mais garantias. Em 1319, foi transferida, naturalmente, para a Ordem de Cristo, sendo que, em 1510, houve uma renovação do respectivo foral. Não justifica uma visita, até porque, apenas dezesseis anos após a renovação do foral, já este espaço estava em ruínas. Idanha-a-Nova, perto de Castelo Branco, um importante bastião templário, foi fundada, em 1187, por D. Gualdim Pais, Mestre dos Templários em Portugal. Este, hábil homem, mandou construir um castelo na povoação, algo que fez, em 1206, o monarca D. Sancho I doá-la aos Templários.
Sobre Ródão, podemos afirmar que, hoje em dia, que podemos avistar vestígios de um pequeno castelo, no topo de uma íngreme escarpa. Crê-se que tenha pertencido aos Templários, mas não há uma confirmação notória, apesar de alguns autores, tal como Paulo Loução, em “Os Templários na formação de Portugal”, o colocarem como pertencente da Ordem.
Mais a sul, encontramos, pelo menos, dois outros vestígios que merecem referência. Apesar de alguns autores aventarem outras possibilidades, como Évora, Pinheiro, Montalvão ou Raposeira, consideraremos apenas aqueles onde se encontra confirmada factualmente a presença templária. Desses locais, Alpalhão e Olivença, são dois sítios onde os vestígios físicos, atualmente, não são justificativos de uma visita. Em Alpalhão, por exemplo, não há vestígio de castelo ou muralha, apesar das hipóteses de desenho aventadas por Duarte Darmas. Sabemos ter sido um dos primeiros locais a ser doado aos Templários e que em 1300 D. Dinis terá exigido a construção de um castelo. Sobre Olivença, uma velha questão mal resolvida, pouco há a dizer sobre o espaço físico do importantíssimo castelo. Sabe-se, no entanto, que foram os Templários que conquistaram, aos mouros, a vila de Olivença em 1228.
Em Mogadouro, por terras de Trás-os-Montes, na chamada “Terra Fria”, encontramos um dos locais onde a Ordem esteve bem instalada, sobretudo a pensar nos ataques vindos da vizinha Espanha. Este castelo, construído no século XII, foi concedido em 1297 pelo monarca português à ordem militar e religiosa, tendo passado para as mãos da sua sucedânea Ordem de Cristo em 1319. Tivemos a oportunidade de passar algum tempo junto do que resta da estrutura – alguma muralha, uma torre quadrangular (de aplicação incerta, talvez de menagem) e a Torre do Relógio. Foi, durante a sua época mais gloriosa, uma vila pujante, para, com o passar do tempo, ir-se degradando. A presença das seteiras é um exemplo arquitetônico que conota com os Templários, sobretudo. É considerado Monumento Nacional desde 1946, algo que denota a sua importância histórica.
Da época da reconquista (séc. XI) foi reconstruído em 1176 pelo Mestre Templário D. Gualdim Pais, e classificado como Monumento Nacional desde 1943, localizando no ponto mais alto e central da freguesia, ocupando um espaço de pouco mais de quinhentos hectares.
Fazendo parte do conjunto de fortalezas do Côa, o Castelo de Longroiva resiste ainda com a sua torre cimeira, com vinte metros de altura e, naturalmente, alguns resquícios das muralhas. A vila de Longroiva é pequena, cada vez menos povoada, com os custos da interioridade, e encontra-se com acessos pouco mais que terríveis. A Langóbriga dos Lusitanos, tornou-se a Longroiva dos Templários, por ordem de D. Afonso Henriques, algo que permitiu que tenha sido um bastião defensivo de elevada monta.
Na cidade de Castelo Branco, resiste um castelo apenas na memória dos livros de História. Duas pequenas torres, ou restos das mesmas, e um pano amuralhado são vestígios demasiado simples para a importância que a cidade atualmente possui, perdida por terras da Beira Interior. A confusão típica das cidades portuguesas de média dimensão é algo que se encontra ao subir ao ponto onde os resquícios monumentais da fortaleza dos Templários, a estes doada em 1214 por D. Afonso II. Nos seus tempos áureos, o Castelo chegou a possuir dez entradas, que facilitariam a entrada e saída da grande massa populacional que por ali pululava. Hoje, apenas memórias do tempo em o mestre templário D. Pedro Alvito (ou Alvitez), lhe concedeu foral no século XIII.
A pequena aldeia de Castelo Novo, foi bem acarinhada por D. Dinis que ali construiu uma torre de atalaia (um castelinho). Hoje em dia é um exemplo de povoação medieval, com grande limpeza e aproveitamento da natureza que a rodeia, ou não fizesse parte da Serra da Gardunha. O Castelo, ou o que resta dele, encontra-se isolado numa encosta com cerca de seiscentos metros de altitude.
Conseguem ainda vislumbrar-se as típicas gárgulas (espécie de animais fabulosos ou monstros medievais, que surgem, religiosamente, como símbolo de forças, ou submetidos à vontade de um poder superior) que os Templários utilizavam nas suas fortificações, assim como uma torre de planta centralizada e uma torre de menagem praticamente destruída. Possivelmente, Castelo Novo justifica uma visita, visto que conjuga um determinado conjunto arquitetônico com o verde da paisagem e o sossego que a Serra da Gardunha proporciona.
Em termos puramente históricos, subsiste ainda alguma dúvida sobre o verdadeiro aparecimento desta fortaleza, pois nem todos acreditam que tenha sido entregue a D. Gualdim Pais, visto que há historiadores que crêem piamente na hipótese D. Pedro Guterri.
O Castelo de Nisa, bem no Alentejo, terra árida e de planície, pode afirmar-se que, pura e simplesmente, não existe. O que resiste são apenas duas portas, a principal da vila e de Montalvão. Muito pouco para algo que, na Idade Média, detinha uma importância relevante. A sua construção, visando a proteção contra as investidas mouriscas,
foi dirigida pelo Mestre dos Templários, em Portugal, D. Frei Lourenço Martins, por volta de 1290, e exigida por D. Dinis, um dos mais profícuos monarcas portugueses construtores de fortalezas, apoiando-se nos conhecimentos dos Templários, tal como D. Afonso
Henriques fizera uns séculos antes, aproveitando-se dos conhecimentos técnicos de D. Gualdim Pais, seu grande amigo. A vila, mais tarde, passou para as mãos da Ordem de Aviz.
Em Penamacor, apesar da beleza natural da vila (na zona da Covilhã, local de grandes altitudes, ou não fosse o espaço geográfico da imponente Serra da Estrela), os vestígios monumentais da época dos Templários restringem-se a um espaço com alguma muralha e a reconstrução de uma antiga Torre de Menagem. Desilusão tremenda para os visitantes… Mas, seja como for, a verdade é que os Templários também não lhe prestaram grande atenção, visto que em 1187, o rei, em uma das suas visitas, encontrou o local abandonado, apesar da sua doação ao Mestre da Ordem do Templo. Forçando-o a fazer obras, é com satisfação que sabemos que o foral foi renovado, pelo cumprir das obrigações dos Templários. Apesar de esta vila nunca ter, ao que se julga, participado em conflitos armados, o seu estado de degradação, sobretudo pelo desleixo a que foi votada, tomou conta dos monumentos templários.
Terminamos, por hoje, em Penha Garcia, esta visita por alguns dos locais templários em Portugal que, por uma razão ou outra, hoje em dia não possuem qualquer exemplo físico de relevo para visita.
Geograficamente falando, esta freguesia encontra-se na costa meridional da serra homónima. Não temos a certeza de ter sido pertença dos Templários, se bem que se comente, com alguma insistência essa probabilidade. A verdade é que, tendo ou não sido uma realidade, o desinteresse, já demonstrado com Penamacor, fez-se valer aqui também, não tendo o monarca dado segunda oportunidade e, em pouco tempo, mais concretamente em 1220, a Ordem de Santiago recebeu-a da parte do rei. Por incrível que pareça, o mesmo D. Afonso III, 36 anos depois, retira-a das posses de Santiago. D. Dinis, grande amigo da Ordem do Templo, ordenou, finalmente, a construção do castelo e doou-a em 1300, novamente, a esta instituição religiosa e militar. Dezenove anos depois, por vicissitudes conhecidas, a Ordem de Cristo sucedeu-lhe enquanto possuindo esta zona geográfica. Em termos arquitectônicos, ressalve-se o pormenor, curioso, dos 117 degraus necessários para se chegar ao local onde outrora terá existido bonita fortaleza, subsistindo algumas paredes e muralhas. Um local de grande beleza natural, não ajudado, atualmente, pela arquitetura militar.
Com este pequeno intróito está servido o aperitivo para os pratos principais que, nos próximos números da revista, surgirão, dando a conhecer a todos onde estiveram e o que nos legaram, os Cavaleiros Templários.
creditos para http://www.historianet.com.br
O objetivo, destas crônicas de viagem, será de proporcionar aos leitores, que por falta de disponibilidade, temporal ou outra, estejam impossibilitados de viajar com a freqüência desejada que possam tomar contacto com as belezas arquitetônicas e monumentais legadas pela Ordem do Templo ao futuro – as quais, nós, habitantes do presente, temos a felicidade de poder observar.
Não levantando demasiado o véu sobre o que há de vir, digamos que os locais visitados e fotografados serão cerca de uma dezena, com respectivas descrições históricas e logísticas. Infelizmente, após anos de aturado estudo, temos a lamentar que os antigos castelos dos Templários são aqueles que, no momento, se apresentam em piores condições, exceto os poucos que teremos oportunidade de retratar de forma mais detalhada. Como terão oportunidade de perceber, pelo presente artigo, existiram imensos locais em Portugal onde a Ordem do Templo esteve presente, de maneira significativa, mas, porém, os vestígios ora são escassos ou nulos.
Do número inicial, foram retirados alguns dos Castelos pertencentes à Ordem do Templo (e à sua sucessora, em Portugal, Ordem de Cristo) pela simples razão de, ou não existirem quaisquer vestígio, ou de o que resta ser de tal forma diminuto que não justificaria uma
exposição.
No entanto, não gostaríamos de deixar de fazer referência, textual, de alguns locais que, ainda assim, fazem parte da história templária.
Em Quinta da Cardiga, a poucos quilômetros da cidade de Tomar, em Portugal, encontrava-se um pequeno reduto templário. Em 1169, o primeiro rei português, D. Afonso Henriques doou-a aos Templários, para que estes ali erigissem um castelo e, segundo consta, assim o fizeram. Esta comenda não terá nunca participado de qualquer disputa territorial, pelo que foi diminuindo o seu interesse estratégico e, apesar de ter passado para as mãos da Ordem de Cristo, não subsistem, hoje em dia, quaisquer registos físicos da sua existência.
Na Vila de Touro, no concelho do Sabugal (distrito da Guarda), resiste ainda um perímetro amuralhado, com uma porta única (Porta de S. Gens). Segundo se sabe, não terá sido totalmente construído, apesar de D. Afonso II ter doado a Vila, em 1218. A verdade é que se tratava de um ponto estratégico, ao nível de defesa em relação ao invasor espanhol, e talvez por isso o monarca a tenha doado à Ordem militar-religiosa que lhe daria mais garantias. Em 1319, foi transferida, naturalmente, para a Ordem de Cristo, sendo que, em 1510, houve uma renovação do respectivo foral. Não justifica uma visita, até porque, apenas dezesseis anos após a renovação do foral, já este espaço estava em ruínas. Idanha-a-Nova, perto de Castelo Branco, um importante bastião templário, foi fundada, em 1187, por D. Gualdim Pais, Mestre dos Templários em Portugal. Este, hábil homem, mandou construir um castelo na povoação, algo que fez, em 1206, o monarca D. Sancho I doá-la aos Templários.
Sobre Ródão, podemos afirmar que, hoje em dia, que podemos avistar vestígios de um pequeno castelo, no topo de uma íngreme escarpa. Crê-se que tenha pertencido aos Templários, mas não há uma confirmação notória, apesar de alguns autores, tal como Paulo Loução, em “Os Templários na formação de Portugal”, o colocarem como pertencente da Ordem.
Mais a sul, encontramos, pelo menos, dois outros vestígios que merecem referência. Apesar de alguns autores aventarem outras possibilidades, como Évora, Pinheiro, Montalvão ou Raposeira, consideraremos apenas aqueles onde se encontra confirmada factualmente a presença templária. Desses locais, Alpalhão e Olivença, são dois sítios onde os vestígios físicos, atualmente, não são justificativos de uma visita. Em Alpalhão, por exemplo, não há vestígio de castelo ou muralha, apesar das hipóteses de desenho aventadas por Duarte Darmas. Sabemos ter sido um dos primeiros locais a ser doado aos Templários e que em 1300 D. Dinis terá exigido a construção de um castelo. Sobre Olivença, uma velha questão mal resolvida, pouco há a dizer sobre o espaço físico do importantíssimo castelo. Sabe-se, no entanto, que foram os Templários que conquistaram, aos mouros, a vila de Olivença em 1228.
Em Mogadouro, por terras de Trás-os-Montes, na chamada “Terra Fria”, encontramos um dos locais onde a Ordem esteve bem instalada, sobretudo a pensar nos ataques vindos da vizinha Espanha. Este castelo, construído no século XII, foi concedido em 1297 pelo monarca português à ordem militar e religiosa, tendo passado para as mãos da sua sucedânea Ordem de Cristo em 1319. Tivemos a oportunidade de passar algum tempo junto do que resta da estrutura – alguma muralha, uma torre quadrangular (de aplicação incerta, talvez de menagem) e a Torre do Relógio. Foi, durante a sua época mais gloriosa, uma vila pujante, para, com o passar do tempo, ir-se degradando. A presença das seteiras é um exemplo arquitetônico que conota com os Templários, sobretudo. É considerado Monumento Nacional desde 1946, algo que denota a sua importância histórica.
Da época da reconquista (séc. XI) foi reconstruído em 1176 pelo Mestre Templário D. Gualdim Pais, e classificado como Monumento Nacional desde 1943, localizando no ponto mais alto e central da freguesia, ocupando um espaço de pouco mais de quinhentos hectares.
Fazendo parte do conjunto de fortalezas do Côa, o Castelo de Longroiva resiste ainda com a sua torre cimeira, com vinte metros de altura e, naturalmente, alguns resquícios das muralhas. A vila de Longroiva é pequena, cada vez menos povoada, com os custos da interioridade, e encontra-se com acessos pouco mais que terríveis. A Langóbriga dos Lusitanos, tornou-se a Longroiva dos Templários, por ordem de D. Afonso Henriques, algo que permitiu que tenha sido um bastião defensivo de elevada monta.
Na cidade de Castelo Branco, resiste um castelo apenas na memória dos livros de História. Duas pequenas torres, ou restos das mesmas, e um pano amuralhado são vestígios demasiado simples para a importância que a cidade atualmente possui, perdida por terras da Beira Interior. A confusão típica das cidades portuguesas de média dimensão é algo que se encontra ao subir ao ponto onde os resquícios monumentais da fortaleza dos Templários, a estes doada em 1214 por D. Afonso II. Nos seus tempos áureos, o Castelo chegou a possuir dez entradas, que facilitariam a entrada e saída da grande massa populacional que por ali pululava. Hoje, apenas memórias do tempo em o mestre templário D. Pedro Alvito (ou Alvitez), lhe concedeu foral no século XIII.
A pequena aldeia de Castelo Novo, foi bem acarinhada por D. Dinis que ali construiu uma torre de atalaia (um castelinho). Hoje em dia é um exemplo de povoação medieval, com grande limpeza e aproveitamento da natureza que a rodeia, ou não fizesse parte da Serra da Gardunha. O Castelo, ou o que resta dele, encontra-se isolado numa encosta com cerca de seiscentos metros de altitude.
Conseguem ainda vislumbrar-se as típicas gárgulas (espécie de animais fabulosos ou monstros medievais, que surgem, religiosamente, como símbolo de forças, ou submetidos à vontade de um poder superior) que os Templários utilizavam nas suas fortificações, assim como uma torre de planta centralizada e uma torre de menagem praticamente destruída. Possivelmente, Castelo Novo justifica uma visita, visto que conjuga um determinado conjunto arquitetônico com o verde da paisagem e o sossego que a Serra da Gardunha proporciona.
Em termos puramente históricos, subsiste ainda alguma dúvida sobre o verdadeiro aparecimento desta fortaleza, pois nem todos acreditam que tenha sido entregue a D. Gualdim Pais, visto que há historiadores que crêem piamente na hipótese D. Pedro Guterri.
O Castelo de Nisa, bem no Alentejo, terra árida e de planície, pode afirmar-se que, pura e simplesmente, não existe. O que resiste são apenas duas portas, a principal da vila e de Montalvão. Muito pouco para algo que, na Idade Média, detinha uma importância relevante. A sua construção, visando a proteção contra as investidas mouriscas,
foi dirigida pelo Mestre dos Templários, em Portugal, D. Frei Lourenço Martins, por volta de 1290, e exigida por D. Dinis, um dos mais profícuos monarcas portugueses construtores de fortalezas, apoiando-se nos conhecimentos dos Templários, tal como D. Afonso
Henriques fizera uns séculos antes, aproveitando-se dos conhecimentos técnicos de D. Gualdim Pais, seu grande amigo. A vila, mais tarde, passou para as mãos da Ordem de Aviz.
Em Penamacor, apesar da beleza natural da vila (na zona da Covilhã, local de grandes altitudes, ou não fosse o espaço geográfico da imponente Serra da Estrela), os vestígios monumentais da época dos Templários restringem-se a um espaço com alguma muralha e a reconstrução de uma antiga Torre de Menagem. Desilusão tremenda para os visitantes… Mas, seja como for, a verdade é que os Templários também não lhe prestaram grande atenção, visto que em 1187, o rei, em uma das suas visitas, encontrou o local abandonado, apesar da sua doação ao Mestre da Ordem do Templo. Forçando-o a fazer obras, é com satisfação que sabemos que o foral foi renovado, pelo cumprir das obrigações dos Templários. Apesar de esta vila nunca ter, ao que se julga, participado em conflitos armados, o seu estado de degradação, sobretudo pelo desleixo a que foi votada, tomou conta dos monumentos templários.
Terminamos, por hoje, em Penha Garcia, esta visita por alguns dos locais templários em Portugal que, por uma razão ou outra, hoje em dia não possuem qualquer exemplo físico de relevo para visita.
Geograficamente falando, esta freguesia encontra-se na costa meridional da serra homónima. Não temos a certeza de ter sido pertença dos Templários, se bem que se comente, com alguma insistência essa probabilidade. A verdade é que, tendo ou não sido uma realidade, o desinteresse, já demonstrado com Penamacor, fez-se valer aqui também, não tendo o monarca dado segunda oportunidade e, em pouco tempo, mais concretamente em 1220, a Ordem de Santiago recebeu-a da parte do rei. Por incrível que pareça, o mesmo D. Afonso III, 36 anos depois, retira-a das posses de Santiago. D. Dinis, grande amigo da Ordem do Templo, ordenou, finalmente, a construção do castelo e doou-a em 1300, novamente, a esta instituição religiosa e militar. Dezenove anos depois, por vicissitudes conhecidas, a Ordem de Cristo sucedeu-lhe enquanto possuindo esta zona geográfica. Em termos arquitectônicos, ressalve-se o pormenor, curioso, dos 117 degraus necessários para se chegar ao local onde outrora terá existido bonita fortaleza, subsistindo algumas paredes e muralhas. Um local de grande beleza natural, não ajudado, atualmente, pela arquitetura militar.
Com este pequeno intróito está servido o aperitivo para os pratos principais que, nos próximos números da revista, surgirão, dando a conhecer a todos onde estiveram e o que nos legaram, os Cavaleiros Templários.
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